Nos dias 28, 29 e 30 de agosto, a cidade de São Paulo recebeu a edição 2018 do Latam Retail Show, cujo tema foi A Transformação do Ecossistema de Negócios com Resultados. Num misto de feira e congresso, o evento contou com expositores dos segmentos de soluções logísticas, tecnologia, marketing, gestão e performance do varejo, entre outros. Além de grandes nomes do varejo nacional e internacional, que palestraram durante o congresso.
No painel “O contexto atual do varejo: tendências e insights”, o CIO da Falabella Germán Villa falou sobre como o marketplace é o novo shopping center, numa era de disrupção digital e consumidores cada vez mais conectados. No mesmo painel, Marcílio Pousada, presidente da RD Farmácias, foi taxativo ao dizer que os varejistas terão que alavancar o uso dos dados em benefício do cliente – e terão o desafio de fazer com que os clientes entendam e confiem nisso.
De forma semelhante, Elena Gil, Diretora Global de Big Data B2B do Grupo Telefonica declarou que mais do que uma ferramenta de comunicação e localização, os smartphones já se tornaram uma ferramenta para capturar informações sobre as atividades dos consumidores. De posse dessas informações, os dados passam pelo processo de anonimização para preservar a privacidade dos usuários e estão prontos para serem usados na construção dos mais variados perfis de consumidores.
Consumidores empoderados versus o poder dos dados
Em seguida, Michelle Grant, responsável globalmente pela pesquisa de Retailing na Euromonitor International, assumiu o palco para falar sobre “O varejo na era do Consumidor Empoderado”. Num mundo em que marcas e varejistas não controlam mais as informações disponíveis sobre seus produtos, consumidores entram numa loja (seja ela física ou digital) já munidos de informações sobre o que querem, o que esperam pagar e o que os outros clientes têm a dizer sobre um produto. Grant afirmou que os consumidores agora moldam o poder no mundo do varejo.
Mais tarde, o palco deu lugar para Sophia The Robot, o primeiro robô a receber cidadania no mundo, para um bate-papo sobre varejo e consumo em que o público pôde interagir com o robô humanoide produzindo pela Hanson Robotics, de Hong Kong, em sua primeira visita ao Brasil. A participação da robô Sophia foi um sinalizador do quanto a inteligência artificial e a ciência de dados estão ganhando peso para compreender o comportamento humano – e, em no fim do dia, o comportamento dos consumidores.
“Deer in the highlights”
Alexandre Van Beeck, sócio-diretor da GS&Consult introduziu o painel “Estratégias Omnichannel: como fidelizar clientes, maximizar vendas e aumentar os lucros” descrevendo o varejo brasileiro como um cervo no meio da estrada, sob a luz dos faróis de um carro que se aproxima. Assim, Beeck convidou os ouvintes a pensar o varejo brasileiro como quem está prestes a ser surpreendido e que, se não reagir, será atingido.
Logo em seguida, Beeck deu lugar a Amit Eisler, co-fundador da Zissou, que pontuou como as marcas aspiracionais abraçaram de vez os conceitos de saudabilidade, bem-estar e qualidade de vida. Nesse sentido, a Zissou entrou no mercado brasileiro apostando no mercado ligado às questões da qualidade. Como uma DNVB (digitally native vertical brand, ou marcas nativas do ambiente digital que encurtam o caminho entre indústria e consumidor), a Zissou nasceu nos meios digitais e coloca prioridade na experiência do consumidor, ao mesmo tempo em que é desafiada pela necessidade de ampliar escala e distribuição. Por outro lado, os grandes varejistas trabalham com cenário oposto, em que usufruem de uma ampla penetração para chegar até os consumidores, mas são desafiados a se digitalizar e pensar em formas incrementadas de experiência para os seus clientes. Dessa forma, Eisler enfatizou o quanto ambos os modelos podem ser complementares um ao outro.
Uma marca omni para um cliente omni
A grande mensagem da edição de 2018 do Latam Retail Show foi a necessidade de pensar de maneira inovadora no futuro do varejo. Hoje, varejistas têm acesso a um volume de dados sem precedentes sobre os hábitos de compra de seus clientes, que, por sua vez, estão cada vez mais conectados – seja a outros consumidores, às marcas elas mesmas ou aos outros varejistas. Nesse sentido, é preciso pensar no consumidor como uma entidade única, sem diferenciações quanto a canais de visitação – o cliente que compra online é o mesmo cliente que compra na loja física. A compreensão do cliente único será a chave para os varejistas, por sua vez, tornarem-se uma marca única – e saírem na frente na corrida pela preferência do consumidor.
Acesse aqui para fazer o download da apresentação da Euromonitor International: http://go.euromonitor.com/event-content-retail-2018-Retail-Age-Empowered-Consumer.html