A tecnologia está se tornando uma das ferramentas mais importantes para a educação. As instituições de ensino investem mais em softwares do que em equipamentos. Mobile Learning (M-Learning), BYOD (Bring Your Own Device, sigla em inglês para “Traga o Seu Próprio Dispositivo”, em tradução livre que indica política para que alunos e professores acessem dados e informações em seus laptops, tablets e smartphones), gamificação e realidade virtual estão ganhando popularidade e permitindo que o ensino seja centrado no aluno, com as aulas utilizando os conceitos Inquiry Based Learning (em vez de apresentar fatos ou soluções prontas, propõe a descoberta da resposta) e Project Based Learning (estimula a busca da resposta pela investigação da questão). M-Learning e BYOD são as principais tendências no setor educacional, transformando o formato de ensino e colocando o aluno no epicentro do processo de aprendizagem e também focando em projetos e investigações. A porcentagem de domicílios com smartphones cresceu de 17% em 2011 para 46% em 2016 e, levando-se em consideração que a penetração da internet ao redor do mundo continuará a crescer, a penetração de smartphones também continuará a evoluir indicando uma crescente importância dos BYOD.
Já a gamificação na educação inclui uma variedade de ferramentas e técnicas que misturam aprendizagem com jogos e brincadeiras a fim de engajar os alunos e estimular o seu interesse. Jogos baseados em simulação, animação e estórias incentivam interações sociais e o feedback do aluno; oferecem também um certo nível de disciplina e estímulo, colaborando para a criação de ambientes educacionais mais efetivos. Alguns dos maiores exemplos de gamificação são Duolingo, um aplicativo para aprender línguas, Ribbon Hero, onde se aprende a utilizar o Microsoft Office, Brainscape, voltado para estudantes universitários criarem seus próprios flashcards (cartão usado como revisão de conteúdo), e Coursera, onde as melhores universidades do mundo oferecem seus cursos sem nenhum custo.
A região da Ásia lidera o setor da educação em termos de crescimento, e também em faturamento. A combinação entre um grande número de jovens, crescimento no número de matrículas e incentivos governamentais significativos, resultaram na rápida expansão do setor educacional na Ásia, especificamente, em países asiáticos emergentes e em desenvolvimento. As instituições educacionais da Índia foram as mais lucrativas em 2016, enquanto a China apresentou o maior setor de educação em termos absolutos de faturamento.
A Índia possui o setor educacional mais lucrativo entre os 18 maiores países do mundo. Em 2016, a margem de lucro na Índia foi de 32%, comparado com 16% no Japão ou 10% na França, e é sete vezes maior que a lucratividade nos Estados Unidos. Quase um terço das instituições de ensino na Índia são particulares, com 40% de todos os alunos. As perspectivas futuras na China melhoraram à medida que pagar pela educação se tornou possível para a classe média chinesa em expansão. Já a China será a líder no número de domicílios de classe média, definidos como domicílios com patrimônio a partir de 20.000 dólares. Patrimônio na China é especialmente importante na Ásia, considerando que a maior parte da educação é financiada pela poupança das famílias. Na China, é esperado que o número de adultos com renda entre 10.000 e 50.000 dólares, com patrimônio líquido maior que 20.000 cresça 232%, atingindo 187 milhões de indivíduos em 2025.
Os Estados Unidos e o Japão mantiveram suas posições entre os três países que mais gastam com educação; entretanto o crescimento foi tímido em função da redução na população estudantil e diminuição nas taxas de matrícula. A expansão na receita veio em maior parte do fluxo contínuo de recursos públicos, cuja manutenção pode enfrentar dificuldades no longo prazo. Nos Estados Unidos, mudanças no perfil demográfico apresentam um certo ônus na demanda, resultando no encerramento de atividades de instituições e no aumento nas mensalidades, impulsionando a tendência do ensino à distância. O desaquecimento na expansão da classe média americana e o aumento nas mensalidades fizeram com que muitos não pudessem pagar pelo ensino superior.
O gasto público em educação diminuiu na maioria dos países desenvolvidos no período entre 2011-2016. A Islândia, entretanto, conseguiu resistir a esta tendência e apresentou uma taxa anual de crescimento constante de 7%, apresentando uma das maiores taxas de gasto público em educação entre os países desenvolvidos. Apesar de muitos poderem argumentar que esta performance positiva é apenas uma retomada após a crise de 2008-2011, quando o investimento público teve uma diminuição abrupta (e eles estariam parcialmente corretos), isso não é suficiente para explicar o aumento no gasto em educação per capita observado de forma consistente nos últimos 15 anos. Seguindo o modelo escandinavo de educação, na Islândia, a educação é grátis, sendo considerado um dos sistemas educacionais mais eficientes do mundo.
Em relação ao ensino superior, as principais tendências são ensino personalização do ensino, micro aprendizagem, e treinamento de curto prazo. Cursos online, cursos de final de semana e no período noturno, são formas pelas quais as universidades podem personalizar o ensino e coibir a evasão de alunos que cada vez mais demandam soluções customizadas e mais flexíveis. Conteúdos extensos estão sendo divididos em vídeos menores, para que seja possível tirar vantagem da flexibilidade e menores períodos de atenção dos alunos. Isto porque vídeos de 90 a 120 segundos contêm um volume de informação que facilita o processo de retenção da informação. Treinamentos a partir de resolução de problemas e realidade virtual irão se tornar a principal maneira de aprendizado.