Segundo dados da empresa global de pesquisa de mercado Euromonitor International, aproximadamente 26% da população global terá mais de 50 anos em 2017. E esse grupo se torna ainda mais relevante quando falamos do turismo na América Latina.
A população de turistas mais velhos vem crescendo acima da média global na América Latina. Segundo estudo da Euromonitor International, os viajantes acima dos 50 anos representaram, em 2010, em torno de 25% do total do número de viajantes globalmente, proporção que deve se manter até 2020. Na América Latina, entretanto, espera-se que a representatividade do número de viajantes acima dos 50 passe de 25% em 2010 para 28% em 2020 (no Peru, por exemplo, viajantes acima dos 50 anos já representam 34% de todos os turistas). Isso representa um aumento de 26 milhões de viagens feitas por esses “novos idosos” – se considerada uma viagem por pessoa, isso significa duas vezes a população de Buenos Aires. Esse crescimento é o mais agressivo entre todas as faixas etárias.
E esse grupo de turistas mais maduros está trazendo desafios e oportunidades importantes para a indústria de turismo como, por exemplo, os destinos escolhidos. Embora França e Itália mantenham-se entre os destinos internacionais prediletos, cresce a procura por lugares exóticos, como Croácia e Montenegro. Cruzeiros e viagens domésticas são também opções frequentes. Mas, talvez, uma das principais características – e também oportunidade – esteja no fato desse grupo ter tempo disponível para fazer mais viagens ao longo do ano, principalmente durante a baixa temporada quando os preços são mais acessíveis e o fluxo de turistas é menor.
Vendo uma oportunidade de impulsionar as vendas, governos e entidades estão lançando iniciativas especificamente voltadas para a população mais velha. No Chile e Argentina, por exemplo, os governos locais promovem programas e temporadas de descontos e pacotes turísticos subsidiados para cidadãos idosos que querem viajar. Iniciativas de como melhor atender essa população, que incluem desde melhorias em infraestrutura até agências oferecendo serviço de acompanhantes e guias voltados para os idosos, já são identificadas. De olho no crescimento desse público, o governo brasileiro lançou em 2016 um guia com sugestões para melhor atender o público na terceira idade, que incluem, por exemplo, a instalação de pisos antiderrapantes e placas informativas com cores fortes.
O envelhecimento da população, assim como a ressignificação do que representa ser idoso, devem ser tornar fatores propulsores para a consolidar o turista de terceira idade como um importante consumidor da indústria de turismo na América Latina. O termo ‘midorexia’, por exemplo, relata o comportamento jovem desse grupo mais maduro que vem buscando nessa fase da vida novas experiências que não puderam ter antes. A valorização do bem-estar se torna prioridade desse grupo e a indústria de turismo não pode perder essa oportunidade.